FILME PELÉ ETERNO

FILME PELÉ ETERNO
A prova definitiva de quem é o melhor jogador de sempre

sábado, 15 de março de 2014

Pelé, goleiro reserva do Santos e da Seleção Brasileira???


Sim, é verdade, Pelé era oficialmente o goleiro reserva do Santos e da Seleção Brasileira.
















Até mais ou menos a altura de 1970, não havia cartões amarelos ou substituições, e quando o goleiro era expulso, o jogador da linha que tivesse mais talento para jogar como goleiro é quem substituia o companheiro expulso.
No caso do Santos e da Seleção Brasileira, o eleito era...Pelé:-)

O jogo mais representativo para a carreira de goleiro de Pelé aconteceu em 19 de janeiro de 1964. 
No Estádio do Pacaembu, o Santos jogava contra o Grêmio a partida que garantiria uma vaga para a final da Taça Brasil.


No primeiro jogo, em Porto Alegre, o Santos ganhou de 3 a 1, e no jogo de volta em São Paulo,
num Pacaembu lotado, quando o Santos ganhava de 1 a 0, o Grêmio virou para 1 a 3.



Mais uma vez o Gênio da Vila fez a diferença e marcou três gols,
virando o placar para 4 x 3, mas aos 40 minutos* do segundo tempo
(uns dizem 41, outros 43 minutos, o que contribui para aumentar a lenda),
o juiz marcou um pênalti contra o Santos, irritando o goleiro Gilmar, que acabou expulso.


Pelé foi para o gol e não só defendeu o pênalti*, como também fez duas defesas sensacionais,
segundo os relatos e jornais da época.
*(uns dizem que foi o penalty que causou a expulsão do goleiro Gilmar, 
outros dizem que não houve penalty, o que só contribui para aumentar o mito.)


Pelé no gol contra o Botafogo da Paraíba em 14/11/1969.
O Rei Pelé, além desse jogo contra o Grêmio, jogou como goleiro em mais 3 outros jogos. 
Em nenhum deles foi escalado como goleiro, mas sim substituiu o arqueiro durante o jogo. 
A saber:
04/11/1959 – Santos FC 4 X 2 Comercial (capital) – na Vila Belmiro (substituiu o goleiro Lalá);
14/11/1969 (foto ao lado) – Santos FC 3 X 0 Botafogo (PB) – em João Pessoa (substitui o goleiro Jair Estevão);
19/06/1973 – Santos FC 4 X 0 Baltimore Boys (EUA) – substituiu o goleiro Cláudio.

A versão dos santistas AQUI - www.acervosantista.com.br
e a versão dos gremistas AQUI - gremio1983.blogspot.pt
(Ambas as versões tem o vídeo do jogo com imagens da extinta TV TUPI.)

Entrevista com o ponta esquerda Pepe sobre este jogo

Numa partida entre Santos e Grêmio (4 a 3), em janeiro de 1964, pela Taça Brasil de 1963, Pelé (E) atuou os cinco minutos finais como goleiro, depois da expulsão do campeão mundial Gilmar. Quem lembra do jogo é o segundo maior goleador da história do clube paulista, o ex-ponteiro-esquerdo Pepe (D), 77 anos, que estava em campo naquela tarde de verão no Estádio do Pacaembu.


Pelé num treino da seleção brasileira
Você lembra do jogo?
Pepe – Claro, foi marcante. Fiz o primeiro gol. Pelé marcou os outros três. O Grêmio tinha um grande time, deu um trabalho danado. O Pelé vestiu uma camiseta preta de mangas compridas, lembro até agora. Era do Gilmar. Fez grandes defesas, duas ótimas, pelo menos, garantiu o placar. Era proibido fazer substituições na época. 
Você sabia?
O Rei era bom goleiro?
Pepe – Muito bom, elástico, voava muito. Tinha uma agilidade impressionante. Nos dois toques, nas brincadeiras, em alguns treinos, ele sempre atuava como goleiro. Gostava. Na época, na cidade de Bauru, o Noroeste jogava com uma goleiro negro, alto, forte, chamado Julião. Então, eu, o Coutinho e o Dorval, de bricandeira, apelidamos o Pelé de Julião nos treinamentos do Santos.
Pepe diz que Pelé também jogaria, e bem, como goleiro
E ele?
Pepe – Não dizia nada, ria. Entrava na gozação. O apelido pegou no vestiário, especialmente entre os mais próximos. Eu, por exemplo, não o chamo de Pelé, Edson, Dico, seu apelido de infância, ou de Negão. Eu o chama sempre de Julio (risos). E aí, Júlio, tudo bem Julio (risos). o Apelido pegou. o Pelé ri da história até hoje.

A história é muito boa
Pepe – (risos). Hoje (sexta-feira) mesmo, eu encontrei o Coutinho (companheiro do histórico Santos dos anos 1960) na hora do cafezinho e ele perguntou. ‘Tem visto o Júlio?” Não, eu disse, só na tevê (risos)
Será que vai nascer outro Pelé?
Pepe – Você tá maluco (risos). O Pelé não é deste mundo. É de outro planeta. É um ET (risos).

Crônica de Armando Nogueira sobre este jogo 

Não tenho nada com isso, mas acho que os jogadores do Santos deviam deixar de conversa e começar logo a retribuir, na ficha, o que por eles tem feito esse moço chamado Pelé.

Cada um, de Gilmar a Pepe, podia muito bem autorizar a tesouraria do clube a descontar de seus salários, em favor de Pelé, uns trinta ou quarenta por cento, todo mês.



Quando Pelé, por estafa, é obrigado a ficar de fora, o time do Santos descamba para a mais espantosa mediocridade e só consegue escapar às derrotas porque, invariavelmente, apela para a violência ou para a catimba.

Não se treta de desmerecer o time do Santos, mas apenas, de falar a verdade completa sobre a importância de jogadores como Pelé e Garrincha.

O Botafogo esvaziou porque Garrincha saiu do time. A ausência de Garrincha restituiu o time do Botafogo ao plano dos demais, ao plano do futebol quadrado e rotineiro.
Ninguém precisa ser profeta para predizer a vitória do Santos, em qualquer cirscunstância, 
desde que Pelé esteja em campo.Ainda domingo, ouvia eu o jogo, com Cláudio Melo e Sousa.
O Grêmio já ganhava de 3 a 1.

Cláudio, com a maior segurança, comentou que dois gols não significam absolutamente nada 
porque Pelé estava ali para acabar, em 3 golpes, com a alegria dos gaúchos.

Daí a pouco, ainda nos 3 x 1, Paulo Sousa, do Grêmio, perdeu o 4º gol cara a cara com Gilmar.
Foi a minha vez de observar:
"Depois, o pessoal do Grêmio vai ficar espantado porque seu time perdeu de 4 x 3".

Não tardou muito:Pelé, sozinho, descontou a diferença, empatou, depois desempatou e foi acabar o jogo fechando o gol do Santos no lugar de Gilmar que fôra expulso de campo.
E fez tudo aquilo sorrindo, absolutamente descontraído como se estivesse batendo bola em dia de treino do Santos ou da Seleção Brasileira.

No finalzinho do jogo, conta-me um amigo, Paulo Sousa chutou com violência ao ângulo superior da trave, ali na última gaveta. Pois o crioulo saiu do chão, catou a bola e - aqui é que está a diferença entre ele e todos os outros goleiros do mundo - devolveu a bola não com um tiro de meta, mas com um passe preciso para Pepe.
Paulo Sousa não teve outro jeito senão rir, rir muito.

Já conheço dezenas de definições sobre Pelé, mas, ainda assim, peço licença aos estudiosos do gênio do futebol para oferecer mais uma observação:
"Pelé é um craque que, com ou sem trocadilho, carrega dez nas costas."

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