FILME PELÉ ETERNO

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A prova definitiva de quem é o melhor jogador de sempre

domingo, 20 de março de 2016

Em meio à guerra, museu de Pelé resiste na Ucrânia

Em meio à guerra, museu de Pelé resiste na Ucrânia

No centro de uma cidade do leste da Ucrânia se encontra o primeiro museu do mundo dedicado a Pelé, que sobreviveu milagrosamente a quase dois anos de guerra. O criador do acervo de Lugansk é um humilde senhor de 55 anos, que vê no Rei do futebol uma forma de divulgar a paz.

Estátua de Pelé em frente ao museu em Lugansk, Ucrânia.

Nikolai Hudobin, fundador do museu e Pelé

As portas do museu estão fechadas, mas o curador comparece todos os dias. Apesar dos dois anos de conflitos sangrentos no leste separatista da Ucrânia, o primeiro museu do mundo dedicado a Pelé, o rei do futebol, segue em pé em Lugansk.

Não é raro escutar o som de tiros na cidade, uma das 'capitais' dos rebeldes pró-Rússia, mas o museu, seus muros verdes e amarelos, nas cores da bandeira do Brasil, a estátua em bronze de Pelé e a imensa bola que decora a entrada parecem tirados de um sonho.

"O museu não abre há dois anos, desde o início da guerra. Havia bombas explodindo constantemente e tinha medo que uma caísse no museu", lembra o fundador e curador do museu, Nikolai Judobin, que define sua paixão por Pelé como "uma religião pessoal".

Pelé na Ucrânia em 1997.

"Acredito que Pelé é um Deus do futebol e este lugar é sagrado, é um templo do futebol", completa, sentado na sala principal.
Atrás estão expostos, entre outros objetos, um relógio de ouro dado de presente por Pelé ao jogador soviético Valentin Afonin, uma fotografia do ex-craque brasileiro quando visitou a estação espacial russa Mir e dezenas de bandeiras que possuem alguma relação com algum momento da carreira do eterno camisa 10 da seleção.

Nikolai abriu este museu para a Eurocopa-2012, que a Ucrânia sediou em conjunto com a Polônia, antes do início do conflito armado que assola o país. O 'templo' é apresentado como o primeiro museu do mundo dedicado exclusivamente a Pelé.
 
Museu Pelé na Ucrânia tem cerca de 3 mil peças.
"Somente duas cidades no mundo podem presumir ter um museu assim: Lugansk, na Ucrânia, e Santos, no Brasil. Mas lá o museu abriu dois anos depois que o nosso", sorri Nikolai.

"No dia da abertura do museu, o embaixador do Brasil me deu um forte abraço e chorou. Não conseguiu acreditar que, tão longe, em Lugansk, podia-se gostar tanto de Pelé", completa orgulhosamente.

"Minha família, Pelé e o trabalho é tudo que tenho na vida", continua Nikolai, um homem tímido de 55 anos que recentemente perdeu a esposa.

Sua admiração por Pelé faz Judobin imitar os hábitos do 'Rei', sem álcool nem cigarro: "Nunca bebi cerveja, porque Pelé tem um modo de vida saudável. Isso me inspirou"
A 'Pelemania' começou quando era criança e viu pela televisão o ídolo marcar o gol de número 1.000 na carreira, em novembro de 1969.




"Decidi juntar notícias sobre ele. Troquei minha bicicleta por uma fotografia de jornal do Pelé e dei sequência a essa coleção durante mais de 40 anos", explica Nikolai, que teve a oportunidade de se encontrar com Pelé em Moscou e no Brasil, chegando até a cortar o cabelo com o cabeleireiro pessoal do ex-craque.

Graças ao museu, as cidades de Lugansk e Santos ganharam um ponto em comum e Nokolai esperava então que Pelé pudesse viajar para ver com os próprios olhos seus tesouros particulares, mas a guerra entre as forças governamentais e os rebeldes separatistas pró-Rússia chegou, deixando mais de 9.000 mortos em quase dois anos.




Pelé salvou minha vida

Desde o início das hostilidades, Nokolai não escondeu seu apoio ao governo de Kiev, apesar da crescente influência das novas autoridades separatistas.
Chegou a passar três dias preso no autoproclamada República Popular de Lugansk.
O que o salvou? A reputação de seu museu.

"Não sou pobre. Queriam tomar meus bens. Exigiram os documentos de meu apartamento e chegaram até a simular uma execução com um tiroteio, mas logo descobriram quem eu era, tiveram medo do barulho que isso poderia causar e me deixaram voltar para casa", lembra.




Nikolai repete que Pelé "salvou a sua vida", mas ainda não acredita ter chegado o momento de reabrir as portas do museu.


Seu sonho é poder transportar o conteúdo do museu ao Brasil e comprar em Santos uma casa onde possa viver com seu neto.

Nikolai espera também poder organizar uma exposição em Kiev, e diz:
"Eu acredito que a imagem de Pelé pode contribuir para a reconciliação entre a capital e o leste rebelde".

"Nunca peguei em armas e gostaria que estivéssemos novamente juntos e unidos", conclui, esperançoso.


CONHEÇA A HISTÓRIA DE NIKOLAI HUDOBIN, CRIADOR DO MUSEU PELÉ UCRANIANO.





O empresário ucraniano Nikolai Hubobin chegou nesta semana a Santos pela segunda vez distribuindo muitos sorrisos e uma simples palavra: Spasiba (“obrigado”, em russo, um dos idiomas oficiais do País).

A manifestação de agradecimento em visitar Santos novamente tinha um motivo – e muito justo. Ele é conhecido por ser o ”craque” do Pelé FC – Futebol Clube ou Fã Clube, como preferir. Sua admiração pelo Pelé o projetou a criar um museu em homenagem ao Atleta do Século, eterno ídolo do Santos FC.

Nikolai com Pelé no Brasil

O museu em questão fica na cidade de Lugansk (com cerca de 445 mil habitantes) na Ucrânia, com um acervo de mais de 3 mil peças.

Nikolai Hudobin foi um exímio colecionador durante 40 anos – no que podia economizar no dia-a-dia, guardava para comprar qualquer objeto vinculado ao jogador. Em exposição, é possível encontrar relíquias relacionadas a Pelé e ao futebol em geral.

Os grandes destaques são o pin comemorativo da Copa de 58, relógio presenteado por Pelé a Valentin Afonin, ex-zagueiro da URSS, e diversos objetos pessoais assinados pelo Rei.



Mas, afinal, como e quando surgiu tamanho fascínio por Pelé e, posteriormente, pelo Santos FC e pela Cidade, símbolos do Atleta do Século?

Milésimo gol

Era 19 de novembro de 1969. Hudobin tinha nove anos de idade. Pelé, por sua vez, tinha 20 anos a mais. No Maracanã, fazia seu milésimo gol em cobrança de pênalti contra o Vasco da Gama, vitória do Santos por 2 a 1. 
“Foi assim que passei a admirar Pelé. Aquele gol foi emocionante”, diz Hudobin.


Mas a grande emoção de sua vida chegaria após 28 anos. Em 1997, Hudobin fez a “jogada” mais acertada de sua admiração pelo jogador brasileiro. 
Seu amigo russo, Guennady Efánov, ligou avisando que o Rei estaria em Moscou para uma apresentação da propaganda Café Pelé. 
Nikolai tinha 37 anos. “Quase desmaiei quando vi Pelé pessoalmente”, conta.




Quando percebeu que tinha uma quantidade considerável de objetos e arquivos relacionados ao seu ídolo, Nikolai Hudobin recebeu a ajuda de mais uma amiga: dessa vez, uma jornalista que entendia o idioma português, que levou a carta dele traduzida ao Rei. Nela havia a intenção e o pedido de autorização para que ele pudesse criar e inaugurar o Museu Pelé na cidade de Lugansk, na Ucrânia. 


Mesmo não falando o mesmo idioma, a atitude de Pelé foi genuína e sem necessidade de qualquer tradução: abraçou o fã da Europa Oriental. 
“Perdi a consciência por três minutos. Depois, ganhei um autógrafo”, disse Hudobin sorrindo. 

Outros ídolos

Nesta última visita, Nikolai Hudobin aproveitou para comprar mais um artigo do Santos FC e assistiu ao jogo da final da Copa do Brasil Sub-20 entre Santos x Criciúma. 
Conversou sobre Andriy Shevchenko, o “Pelé” da Ucrânia, e Lev Yashin (goleiro russo conhecido como Aranha Negra).

E sobre os brasileiros no futebol ucraniano, como no Shakhtar Donetsk? “Não tenho opinião sobre esse assunto. O Santos e o Pelé é o que importam“, diz o ucraniano com jeitinho brasileiro – e por que não santista também?
VÍDEO

1 comentários:

PC Filho disse...

Que bacana. Fiquei com muita vontade de visitar o museu...

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