e aconteceu em 1972 em Trinidad e Tobago...
Quem nos conta esta história é Pepe, ex-ponta-esquerda do Santos,
que jogou e conviveu durante 10 anos com Pelé no clube e na Seleção Brasileira.
"O Santos FC foi jogar por lá. Eu já tinha parado de jogar e era na época o técnico do Santos. O estádio estava superlotado. Muito modesto, mas não cabia mais ninguém."
que jogou e conviveu durante 10 anos com Pelé no clube e na Seleção Brasileira.
Pelé e Pepe, nos anos 60 e em 2014 |
"O jogo era às 8 da noite, mas às 9 da manhã já estava cheio. Pelé era a atração do jogo. Todos foram lá para ver Pelé. O jogo começou, aquela correria."
"Aos 43 minutos, Edu faz um cruzamento e Pelé marcou um gol de cabeça."
"A torcida invadiu o campo e acabou o jogo. Isso mesmo!
O jogo acabou aos 43 do primeiro tempo. Nunca ouvi falar nisso."
"O povo carregou o Pelé nas costas e saiu com ele pela cidade. Ele ficou preocupadíssimo. Não sabia para onde o estavam levando."
"A torcida invadiu o campo e acabou o jogo. Isso mesmo!
O jogo acabou aos 43 do primeiro tempo. Nunca ouvi falar nisso."
Após o gol de Pelé, a multidão invadiu o campo e carregou o Rei nos ombros |
"Estava morrendo de medo de acontecer alguma coisa. Podia aparecer um maluco ali no meio. Só largaram o Pelé no centro da cidade, em frente ao hotel onde estávamos hospedados."
E aqui abaixo, mais uma versão desta história incrível:-)
– Não acredito que nos trouxeram para um lugar desses – exclamou o zagueiro Vicente.
Pelé marcou o único gol da vitória sobre a seleção do país – o que reforça a tese de Oberdan sobre o interesse dele em liquidar o jogo e voltar a salvo para casa o mais rápido possível. Mas desta vez não foi tão fácil. Feito o gol aos 43 minutos do primeiro tempo, a torcida invadiu o gramado. E colocaram Pelé sobre os ombros, e o jogo se encerrou.
Era para ser apenas uma viagem rapidinha ao Caribe. O destino, a paradisíaca Trinidad e Tobago, o mar verde de ondas calmas e coqueirais de coquinhos amarelos. Uma pausa à rotina de jogos do Campeonato Brasileiro, apesar do bate e volta no meio da semana. De novo a delegação perdeu o encanto ao deixar o aeroporto. O exército estava nas ruas em combate numa guerra civil que só então souberam já havia derrubado centenas de pessoas.
– Não acredito que nos trouxeram para um lugar desses – exclamou o zagueiro Vicente.
A tensão diante de tantos milicianos armados perdurou até a hora do jogo. Enquanto o time se equipava, alguém jogou uma bomba de gás lacrimogêneo no vestiário. Bateu o pavor e alguns militares cercaram a delegação para protegê-los de novos atentados. Pelé, Vicente, Pepe, Edu, Oberdan foram a campo com uma toalha molhada ao rosto.
Pelé marcou o único gol da vitória sobre a seleção do país – o que reforça a tese de Oberdan sobre o interesse dele em liquidar o jogo e voltar a salvo para casa o mais rápido possível. Mas desta vez não foi tão fácil. Feito o gol aos 43 minutos do primeiro tempo, a torcida invadiu o gramado. E colocaram Pelé sobre os ombros, e o jogo se encerrou.
Bastava-lhes ver um gol de Pelé. O resto seria festa.
E "sequestraram-no" para fora do estádio em um cortejo alegre em direção ao centro da cidade comemorando a glória de presenciar um gol do brasileiro mágico – tudo acompanhado de perto pelo exército.
Nos ombros da multidão, Pelé gesticulava e agradecia. Ele tinha algum receio e ansiedade sobre o que estava acontecendo, mas no fundo sabia que a multidão não ia fazer qualquer mal a ele, era apenas um momento de alegria no meio de tanta tristeza causada pela guerra civil. Só foi "resgatado" minutos depois. A delegação antecipou o voo de volta.
Aquele dia de folga no mar do Caribe ficou para uma outra excursão:-)
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