Como prometido, na página 5 de La Gazzetta dello Sport em 21 de novembro de 1969,
aqui estão os depoimentos de algumas grandes figuras do futebol mundial daquela época, traduzidos e publicados em dois dos principais jornais brasileiros -
JORNAL DO BRASIL e em O GLOBO - no dia 19 de novembro de 1969.
Os leitores poderão ler e ver com os próprios olhos, que nenhum dos grandes nomes mundiais do futebol na altura constestou ou colocou em dúvida o 1000º gol da carreira de Pelé até àquela data, incluindo o próprio presidente da FIFA.
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Helenio Herrera ( treinador 2x vencedor da Champions League e do Campeonato Mundial de Clubes com o Internazionale de Milão, e em 1969, treinador do AS Roma da Itália ),
Sir Alf Ramsey ( treinador campeão do Mundo em 1996 com a Inglaterra),
Gigi Riva ( campeão da Eurocopa 1968 com a Itália) ,
Nereo Rocco ( treinador 2x vencedor da Champions League com o AC Milan),
Angelo Sormani ( atacante campeão do mundo pelo AC Milan )
e do próprio presidente da FIFA, Sir Stanley Rous.
Na foto abaixo, há duas pequenas manchetes.
A 1ª diz "Le tappe d'avvicinamento", que significa "As etapas da aproximação" ( ao gol mil ), onde com boa vontade logo abaixo, dá para ver escrito 1º gol: 7 de setembro de 1956, Santos-Corinthians de Santo André.
Pela lógica, mais abaixo vem o 100º gol , depois o 200º gol até o 900º gol, sempre com a data onde foi marcado e contra qual adversário foi marcado.
Como podem ver, não há separação de "gol oficial" e "gol não-oficial".
E destacado em vermelho, a pequena manchete diz: "Come giudicano PELE", que significa " Como julgam Pelé" ou " O que pensam de Pelé", as opiniões de alguns dos grandes nomes do futebol mundial na altura, já citados mais acima:
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Na parte destacada em vermelho, as opiniões de Sir Stanley Rous, presidente da FIFA na altura, de Sir Alf Ramsey, treinador campeão do mundo em 1966 pela Inglaterra, entre outras.
Rous vê em Pelé a vida do próprio futebol
Londres ( AP-JB ) - Na opinião de Sir Stanley Rous, presidente da FIFA, "enquanto o futebol contar com homens como Pelé, será o esporte sobre o qual o sol jamais se porá."
- "Pelé é um dos mágicos deste jogo de magia" - Prosseguiu. "É um atleta que se destaca sobre todos e que é por isso mesmo a maior atração mundial."
Sir Alf Ramsey, treinador da seleção inglesa, acha também que Pelé tem lugar entre os maiores jogadores de todos os tempos.
"Lamentamos sinceramente que ele não tenha conseguido a Copa do Mundo em Londres, em 1966."
Na parte destacada em verde, as opiniões de Gigi Riva, Sormani, Nereo Rocco, Luiz Suarez e Helenio Herrera.
Na Itália, Nereo Rocco, o treinador do AC Milan campeão do mundo de clubes, declarou:
"Ele é um dos atacantes mais completos que já teve o futebol. Não pode ser comparado a nenhum outro, pois tem um pouco de cada um dos mais famosos jogadores."
Angelo Sormani, atacante do AC Milan de Nereo Rocco:
"Nenhum jogador foi tão grande como Pelé. No futuro, talvez, alguém possa igualá-lo, mas nunca superá-lo. Sei o que digo, pois joguei com ele durante dois anos."
Luiz Suarez, craque espanhol do Internazionale de Milão:
"Tenho a maior estima por Pelé, e me parece quase impossível igualar ou superar o seu recorde de mil gols. Isto é uma amostra exata da sua grandeza."
Gigi Riva, craque italiano da altura.
"Mil gols são muitos gols; somente um craque como Pelé poderia atingir esta cifra. Estou convencido que a carreira de Pelé não terminou. Ele continuará jogamdo e marcando gols. Na minha opinião, é um dos jogadores mais talentosos da história."
Helenio Herrera, treinador argentino da AS Roma:
"Pelé é o maior do mundo depois de Di Stefano, que na minha opinião foi um jogador muito mais completo que o brasileiro. Pelé tem o grande mérito de saber como e por onde pode andar dentro de campo e isto lhe permite marcar gols com a cabeça ou com os pés. Ao contrário do que fazem 99% dos jogadores que atiram cegamente para o gol tão logo vejam uma oportunidade - que não pode ser a melhor - Pelé sabe quando e onde colocar a bola. O resultado disto, depois de tantos anos, é uma tremenda pontaria.
É bom que se esclareça que Pelé alcançou a fama de artilheiro num país, como o Brasil, em que se emprega a marcação por zona ao invés da marcação homem para homem que geralmente se adota nos campos europeus. Mesmo assim me parece que Pelé teria sido um grande jogador na europa.
JORNAL O GLOBO de 19 de novembro de 1969, página 26
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A parte destacada em vermelho tem as mesmas opiniões em versão mais reduzida, mas o essencial do que eles disseram está ali.
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NOTA do AUTOR
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Como era expectável e previsível, apenas o treinador argentino Heleno Herrera destoou, dizendo que provavelmente Pelé não teria marcado 1000 gols se tivesse jogado na europa com a tática de "marcação homem para homem", ao invés da "marcação por zona" usada no Brasil, como se fosse mais difícil furar a tática européia.
Pois bem, com a "defesa homem-a-homem" usada na europa, Pelé jogou 130 jogos contra clubes europeus e marcou 144 gols.
Pelé jogou 51 jogos contra várias seleções nacionais da europa e marcou 47 gols.
No total, Pelé jogou 181 jogos e marcou 191 gols contra a tática européia de " marcação homem para homem", com a média de mais de 1 gol por jogo.
Resumindo: contra qualquer tipo de tática defensiva ou tipo de marcação, Pelé na maioria das vezes achou sempre a solução para furar as defesas fechadíssimas e marcar. Ou fazer a assistência para gol.
Helenio Herrera, segundo os historiadores, foi o treinador que popularizou o "Catenaccio". ( "O Totocalcio que o jornalista francês referiu que o 0 X 0 era "positivo"👉 AQUI )
👉 Catenaccio é uma tática de futebol, conhecida mundialmente pelas suas características defensivas e pelo pragmatismo. Por isso, muitos especialistas defendem que o Catenaccio não é bem um sistema tático, mas sim uma estratégia de jogo ultradefensiva que se caracteriza pelo excessivo recuo dos defesas e, até mesmo, dos atacantes para dentro da sua própria área. E esta estratégia volta-se a duas prerrogativas fundamentais: solidez defensiva e velocidade no contra-ataque. Em italiano, “Catenaccio” significa literalmente “Porta Trancada”).
Resumindo, o Catenaccio é a popular Retranca.
Heleno Herrera também não devia ter conhecimento, ou fingiu que não sabia, que no Brasil, muitas vezes os treinadores adversários destacavam um ou dois defensores para ficarem "colados" em Pelé, para serem a "sombra" de Pelé durante o jogo inteiro.
E mesmo assim, na maioria das vezes, não adiantava nada: bastava um mísero erro, um ligeiro descuido e...Pelé marcou!
LINK JORNAL O GLOBO 19/11/1969, PÁGINA 26👉 AQUI
LINK JORNAL DO BRASIL 19/11/1969, PÁGINA 21👉AQUI
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