FILME PELÉ ETERNO

FILME PELÉ ETERNO
A prova definitiva de quem é o melhor jogador de sempre

domingo, 29 de março de 2015

Bastava-lhes ver um gol de Pelé. O resto do jogo não tinha a menor importância:-)


Esta é mais uma das muitas incríveis histórias sobre o Rei Pelé, 
e aconteceu em 1972 em Trinidad e Tobago...
Quem nos conta esta história é Pepeex-ponta-esquerda do Santos, 
que jogou e conviveu durante 10 anos com Pelé no clube e na Seleção Brasileira.


Pelé e Pepe, nos anos 60 e em 2014
"O Santos FC foi jogar por lá. Eu já tinha parado de jogar e era na época o técnico do Santos. O estádio estava superlotado. Muito modesto, mas não cabia mais ninguém."

"O jogo era às 8 da noite, mas às 9 da manhã já estava cheio. Pelé era a atração do jogo. Todos foram lá para ver Pelé. O jogo começou, aquela correria."

"Aos 43 minutos, Edu faz um cruzamento e Pelé marcou um gol de cabeça."



"A torcida invadiu o campo e acabou o jogo. Isso mesmo!
O jogo acabou aos 43 do primeiro tempo. Nunca ouvi falar nisso."

Após o gol de Pelé, a multidão invadiu o campo e carregou o Rei nos ombros
"O povo carregou o Pelé nas costas e saiu com ele pela cidade. Ele ficou preocupadíssimo. Não sabia para onde o estavam levando."

"Estava morrendo de medo de acontecer alguma coisa. Podia aparecer um maluco ali no meio. Só largaram o Pelé no centro da cidade, em frente ao hotel onde estávamos hospedados."

E aqui abaixo, mais uma versão desta história incrível:-)

Era para ser apenas uma viagem rapidinha ao Caribe. O destino, a paradisíaca Trinidad e Tobago, o mar verde de ondas calmas e coqueirais de coquinhos amarelos. Uma pausa à rotina de jogos do Campeonato Brasileiro, apesar do bate e volta no meio da semana. De novo a delegação perdeu o encanto ao deixar o aeroporto. O exército estava nas ruas em combate numa guerra civil que só então souberam já havia derrubado centenas de pessoas. 

– Não acredito que nos trouxeram para um lugar desses – exclamou o zagueiro Vicente. 
O elenco do Santos F.C. de 1972: da esquerda para a direita, 
Em pé; Cejas, Orlando, Cláudio, Vicente, Paulo, Carlos Alberto Torres, Zé Carlos, Léo, Pitico, Marçal, Altivo, Joel Mendes, Edvar, Murias, Marinho e Clodoaldo. 
Agachados: Jair da Costa, Manoel Maria, Afonsinho, Adilson, Pelé, Nenê, Edu, Ferreira, Brecha, Alcindo, Jader e Turcão.
A tensão diante de tantos milicianos armados perdurou até a hora do jogo. Enquanto o time se equipava, alguém jogou uma bomba de gás lacrimogêneo no vestiário. Bateu o pavor e alguns militares cercaram a delegação para protegê-los de novos atentados. Pelé, Vicente, Pepe, Edu, Oberdan foram a campo com uma toalha molhada ao rosto. 

Pelé e os jogadores da Seleção de Trinidad e Tobago.
Na maioria da vezes, em qualquer lugar onde Pelé fosse jogar,
os jogadores adversários pediam autógrafo e faziam questão de tirar fotografia com o Rei.
Pelé marcou o único gol da vitória sobre a seleção do país – o que reforça a tese de Oberdan sobre o interesse dele em liquidar o jogo e voltar a salvo para casa o mais rápido possível. Mas desta vez não foi tão fácil. Feito o gol aos 43 minutos do primeiro tempo, a torcida invadiu o gramado. E colocaram Pelé sobre os ombros, e o jogo se encerrou. 
Bastava-lhes ver um gol de Pelé. O resto seria festa
E "sequestraram-no" para fora do estádio em um cortejo alegre em direção ao centro da cidade comemorando a glória de presenciar um gol do brasileiro mágico – tudo acompanhado de perto pelo exército. 

Nos ombros da multidão, Pelé gesticulava e agradecia. Ele tinha algum receio e ansiedade sobre o que estava acontecendo, mas no fundo sabia que a multidão não ia fazer qualquer mal a ele, era apenas um momento de alegria no meio de tanta tristeza causada pela guerra civil. Só foi "resgatado" minutos depois. A delegação antecipou o voo de volta. 
Aquele dia de folga no mar do Caribe ficou para uma outra excursão:-)

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