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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

📰NEW YORK TIMES, 21/11/1969: ⚽O milésimo gol de Pelé no futebol dá aos brasileiros algo para comemorar

O milésimo gol de Pelé no futebol dá aos brasileiros algo para comemorar 

Por JOSEPH NOVITSKI 'Especial para o New York Times



Tradução do texto de inglês para português:
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RIO DE JANEIRO, 20 de novembro
—Um rico jovem industrial brasileiro chamado Edson Arantes do Nascimento mudou roupas em um subterrâneo camarim aqui ontem à noite e surgiu na grama do maior estádio do mundo como Pelé, o melhor futebolista do mundo.

Este é o material da heróica lenda em qualquer lugar do mundo. No Brasil, onde o futebol é o desporto nacional, o passatempo nacional e o orgulho nacional, a lenda local apelidado de Pelé marcou o milésimo gol em seus 13 anos de carreira profissional. 
A façanha foi mais do que o equivalente no futebol aos 714 home runs de Babe Ruth.

Foi um momento de alegria, feliz libertação para os brasileiros, algumas de cujas energias políticas, frustradas sob um severo regime militar, foram despejados no futebol. “Isso é mais importante do que qualquer coisa que está acontecendo na lua”, gritou um das dezenas de milhares de torcedores saindo do Estádio do Maracanã depois de Pelé, um dentro da esquerda, marcou seu gol em um jogo de outra forma sem importância.

Nenhum jogador moderno de futebol profissional, que atrai mais espectadores do que qualquer outro esporte do mundo, chegou perto da marca definida pelo preto curto e musculoso Brasileiro. Os brasileiros gritando e rindo no estádio, e os milhões ouvindo mais as transmissões de rádio, estavam orgulhosamente certos que o Pelé deles era o melhor do mundo.



Dançando nos assentos

A certeza sobre Pelé, que ficou rico investindo seus ganhos no futebol, parecia apenas uma parte do alegria que o gol causou pelo milhares de fãs dançando e torcendo pelos níveis de assentos de concreto no pegajoso calor do enorme estádio oval. Os sociólogos profissionais e amadores afirmaram que torcendo em um futebol jogo é uma libertação para os pobres, brasileiros famintos e para compatriotas de classe média. “Eu me virei e abracei um Negro ao meu lado que tinha um sorriso que nunca desiste”, um jovem secretário branco lembrou hoje. “Parece que você esquece qualquer concepção de classe no Maracanã. Quero dizer, em nenhum outro lugar eu abraçaria um homem que eu nunca tinha visto antes."

Nos últimos dois anos, as meninas e mulheres jovens têm se reunido pela primeira vez nas arquibancadas do Estádio do Maracanã. Os sociólogos têm dito a revistas femininas que o fenômeno é evidência da mudança do Brasil de um sociedade tradicional para uma sociedade industrial moderna, pelo menos em as cidades. : “Elas realmente vão vibrar em voz alta e deixar tudo sair”, disse um fotógrafo que costuma trabalhar no estádio. “Sabe, quando as coisas ficam ásperas com a situação política, isso ajuda.”

Os estandartes, bandas de samba e bombinhas que usavam fazer parte do futebol e de campanhas políticas foram restritas em partidas de futebol desde 1965, quando o governo militar aboliu os tradicionais partidos políticos e severamente limitou eleições por voto popular. “O governo deveria contratar Pelé como ministro”, disse um repórter político que voou de São Paulo para assistir ao milésimo gol. “Ele sabe como entusiasmar as pessoas.”



👉NOTA DO AUTOR DESTE BLOG👈
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    Como puderam ver, um correspondente internacional do New York Times e da Associated Press, duas das maiores e mais respeitadas instituições jornalísticas do mundo até os dias de hoje, tem por obrigação estar muito bem informado sobre tudo.

Não há qualquer referência para estatística de "gol oficial e não-oficial" no texto do New York Times. Se existisse uma regra/critério ou qualquer nome que queiram dar a "gol oficial/gol Não oficial", 
Joseph Novitski saberia.



Joseph Novitski ( foto acima ) estava no Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1969. É bem provável que tenha ido ao Maracanã e viu com os próprios olhos o 1000º gol de Pelé, porque a reportagem foi recebida pelo New York Times no dia seguinte, 20 de novembro, e publicada em 21 de novembro 1969 na página 2. 

Em 1969, a internet ainda não existia, e o meio mais rápido de fazer chegar as notícias do Brasil para a América e Europa era através de telefone ( as chamadas intercontinentais eram caríssimas) ou por telégrafo ( mais barato, mas não tão barato ). 

Por isso é que na maioria dos jornais estrangeiros que já publiquei aqui no blog, a notícia do gol 1000, marcado em 19  de novembro, só chegou às redações dos jornais no dia 20 de novembro, e a maioria foi publicada no dia 21 de novembro. 

O New York Times, um dos mais importantes e respeitados jornais dos EUA e do mundo, enviou o seu correspondente internacional para fazer a cobertura da possível façanha de Pelé naquele mês de novembro de 1969. Pelé marcou o gol mil, o New York Times deu destaque, ao gol-símbolo da vida do Rei do Futebol, como disse o Mestre Armando Nogueira.

Para ser notícia no NYT naquela época, e ainda hoje, tinha que ser uma coisa fora do comum, estrondosa, fantástica. E mais importante que isto tudo, tinha, e tem, que ser notícia VERDADEIRA! 

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