FILME PELÉ ETERNO

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A prova definitiva de quem é o melhor jogador de sempre

domingo, 16 de novembro de 2014

O gol mais bonito de Pelé (2) - Depoimentos do ex-goleiro Mão de Onça e do massagista Elias Pássaro, o funcionário mais antigo do Clube Atlético Juventus

Sobre o gol mais bonito de Pelé já falamos AQUI
O próprio Rei concorda que este foi o seu gol mais bonito.

Como o incrível gol de Pelé não foi filmado 
e apenas existem fotografias do final da jogada genial, 
o que temos a fazer é ouvir as histórias de quem estava no 
Estádio Conde Rodolfo Crespi* naquela tarde do dia 2 de agosto de 1959,
e que foi testemunha ocular daquela obra-prima no jogo entre o 
Clube Atlético Juventus e o Santos Futebol Clube...e ficarmos admirados...
e com um pouquinho de inveja:-)
*(mais conhecido como Estádio da Rua Javari 
no tradicional bairro da Mooca na cidade de São Paulo), 

Trazemos os depoimentos do goleiro que levou o gol mais bonito de Pelé, o goleiro do Juventus naquele dia, Durval de Moraes, cujo apelido era "Mão de Onça*"(foto ao lado)...                                                                                                                                                                                                            *Onça para quem não mora no Brasil, é uma espécie de jaguar que vive nas florestas brasileiras, e Durval de Moraes tinha este nickname (ou apelido) porque segundo ele próprio, era um goleiro muito ágil e rápido com as mãos...como um jaguar...ou onça:-)








































Por Rio de Janeiro para o Globoesporte


Por onde passa, Durval de Moraes é obrigado a contar a mesma história há 51 anos. O hoje seguidor da religião das Testemunhas de Jeová virou lenda no dia 2 de agosto de 1959. Nos tempos em que era apenas o goleiro Mão de Onça, do Juventus, foi a "vítima" da obra de arte mais perfeita de Pelé, segundo o próprio Atleta do Século 20 e a maioria das 10 mil pessoas presentes no Estádio da Rua Javari. O gol em que o Rei dá quatro chapéus (lob em inglês) e cabeceia a bola antes de estufar a rede na goleada do Santos por 4 a 0 só tem registro fotográfico. Mas o gol não sai da cabeça do viúvo de 79 anos, pai de nove filhos, avô de 17 netos, bisavô de 10 bisnetos.
- Pelé fez o gol mais bonito da sua carreira contra mim, e nunca mais vi um gol mais bonito que aquele até hoje. Não dá para comparar com qualquer outro gol. Maradona ou Messi jamais vão fazer gol igual àquele... Achei mais parecido com o gol do Alex, quando Alex  jogava no Palmeiras (veja no vídeo abaixo).

Ele deu um chapéu num marcador e depois deu outro chapéu no Rogério Ceni, mas não completou de cabeça e deu chapéu em menos gente... - afirmou, com autoridade.
Mão de Onça Durval de Moraes
Mão de Onça nos tempos em que defendia o gol do Juventus: boas recordações
Da mesma forma que lembrou a jogada feita pelo meio-campo Alex, hoje no Coritiba, na vitória do Palmeiras sobre o São Paulo por 4 a 2, pelo Torneio Rio-São Paulo de 2002, Mão de Onça não esquece até hoje os detalhes do golaço do Rei. Aos 36 minutos do segundo tempo, o Santos já vencia por 3 a 0 quando Jair lançou Dorval pela direita. Perto da grande área, ele cruzou para Pelé, que vinha correndo em velocidade. O primeiro a levar chapéu foi Julinho. Depois foi Homero, Clóvis e, por último, Mão de Onça. Estava pronta a obra-prima com quatro chapéus e, segundo Mão de Onça, duas embaixadinhas de cabeça antes de cabecear para o fundo da rede, ao contrário da reconstituição do lance feita no filme "Pelé Eterno".
- Antes da linha do meio-campo, o Pelé já saiu correndo rápido. Eu gritei para o Julinho: 
"Olha o Cão, atenção!". Eu costumava chamar o Pelé de Cão... 

Pensei que o Julinho ia cortar o lance com a cabeça, mas o Pelé dominou no peito, tirou a bola, já o encobriu... Depois foram os outros. Fiquei por último... Quando eu levantei, com a bola lá dentro da baliza, o Rei estava comemorando, aquela gritaria toda no estádio, e o Clóvis estava debaixo da baliza. Se jogou lá, tentando tirar a bola

Olhei para ele e disse: "Como é que pode esse sujeito marcar um gol assim, dessa maneira?" 
Ele me respondeu: "Esse aí é o diabo em forma de gente!"
O Julinho ainda falou: "A bola estava no meu peito. Quando vi, ela havia sumido!" - disse o ex-goleiro, por telefone.
 
.Da esquerda para a direita: Marco Antonio, Mão de Onça e Guilherme,
os 3 goleiros do Clube Atlético Juventus de São Paulo naquela época.


Segundo Mão de Onça, Pelé estava naquele dia visivelmente irritado com os fãs do Juventus, que sem razão aparente,  vaiavam-no todas as vezes que ele tocava na bola .Mas, após o gol fantástico, o estádio inteiro bateu palmas para o Rei. E um fato curioso aconteceu: enquanto discutiam sobre o gol, o ponta esquerda do Juventus, Rodrigues, que jogou como lateral-esquerdo, voltou gritando para toda a defesa.

- Este é o gol mais bonito que já vi! Por que vocês estão tão zangados? Têm é que abraçar o Pelé!

- Então, vai lá você abraçar o Pelé! - respondeu o zangado goalkeeper, ainda inconformado com o lance genial.

Para piorar a situação, Mão de Onça estava todo sujo de lama. Havia uma poça d'água ali na área por causa das chuvas daquela manhã. O goleiro contava com ela como aliada para parar a bola...

- Naquela fração de segundo, pensei em mil e uma coisas. Ameaço que vou e não vou? A bola quando chega numa poça d'água não pula... Minha ansiedade foi sentir a bola na poça d'água. Mas não chegou. Ele deu um toque na bola antes dela chegar à poça d'agua e me deu o chapéu. Pelé pensava muito rápido. E eu fui para a água, com barro e tudo.

Com ou sem barro, Mão de Onça, único jogador daquela linha defensiva do Juventus que ainda está vivo, foi um dos que "sofreram" com o Rei. O goleiro, que começou a carreira aos 15 anos de idade, diz que sofreu oito gols de cabeça do maior jogador do planeta. Depois de começar no time amador Primavera Indaiatuba, Durval ingressou no antigo Clube Atlético Ituano - não é o Ituano de hoje, frisa. Após breve passagem por São Paulo e Atlético Mineiro, encontrou o seu porto seguro no Juventus. Querido lá, guardou também boas lembranças.

- Mas nosso time sofreu com o Santos FC. Dois anos após aquele gol, teve um jogo na Rua Javari... O Pelé fez outra jogada impressionante. A jogo estava empatado em 1 x 1. Naquela época, empatar com o Santos FC era como se fosse uma vitória. No segundo tempo, ele pegou uma bola na linha lateral do campo. Eu gritei: "Parem ele!". O Pelé olhou para trás, para as arquibancadas. O Cássio, que era seu marcador direto, em vez de tomar a bola, fez a mesma coisa. Levou um drible da vaca. O Pelé saiu driblando todos para a outra lateral, na esquerda... Aí, voltou driblando para a direita, cruzando o campo. A cena era incrível, todos correndo atrás do Pelé sem conseguirem tirar-lhe a bola... Eu pensei: se ele marcar esse gol, eu paro de jogar! Aí, quando se aproximou da área, cruzou na cabeça do Pagão, que fez o 2 a 1 para o Santos.
Mão de Onça Durval de Moraes
Durval de Moraes, o Mão de Onça, com Agnes Dias, segundo ele, sua "neta espiritual", no Congresso das Testemunhas de Jeová. Ex-goleiro do Juventus está hoje com 79 anos 
Na época, aquele dinheiro dos prêmios de jogo fez falta para Mão de Onça, que jogou até os 37 anos de idade. Hoje, o ex-goleiro vive da aposentadoria depois de ter trabalhando numa firma de dedetização e como servente na Universidade de São Paulo. Com três casas alugadas em Itu, vive no Grajaú, em São Paulo. Quando está com "a grande família espiritual", nas Testemunhas de Jeová, Durval de Moraes vira e mexe é alvo das gozações dos mais jovens quando fala sobre os duelos com o Rei Pelé. Tudo com o maior respeito.
- É bom sempre ser lembrado. Os fãs santistas na Igreja fazem muitas gozações comigo, e eu conto para eles as histórias. Acho engraçado hoje quando comparam alguns jogadores com o Pelé. As pessoas falam essas coisas porque as pessoas nunca jogaram contra Pelé. Você já viu algum jogador fazer tabela com a perna do adversário? Pois é, Pelé fazia...

Massagista Elias Pássaro, 
o funcionário mais antigo do Juventus, conta em vídeo como foi a obra-prima do Rei Pelé
Elias Pássaro, massagista do Clube Atlético Juventus há 56 anos,
assistiu ao gol mais bonito de Pelé do banco de suplentes do Juventus.
 Ao seu lado,o busto de Pelé que o clube fez para eternizar a obra-prima do Rei.
Reportagem da ESPN do Brasil
Para ver o vídeo, falado em português, clique AQUI


E no vídeo abaixo, 
o gol mais bonito recriado através de computador especialmente para o filme PELÉ ETERNO

1 comentários:

PC Filho disse...

Sensacional esse post, RBN. :)

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