📰O GOL Nº 1000 DE PELÉ na imprensa internacional da época. Jornal holandês DE VRIJE ZEEUW, 21 de novembro de 1969.

 📰O extinto jornal holandês ( 1944-1975 ) DE VRIJE ZEEUW, 

fez uma ampla reportagem sobre o gol nº 1000 de Pelé, em 21 de novembro de 1969.

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🔎👀Mais abaixo, nas partes destacadas por cores, fiz a tradução do essencial do texto, onde em nenhuma parte está escrito "oficial e não-oficial". 😕

Na manchete, em letras bem grandes, está escrito: O ÁRBITRO INTERROMPEU O JOGO 

( ARBITER ONDERBRAK WEDSTRIJD ).

Mais abaixo, está escrito: PELÉ MARCA O MILÉSIMO GOL 

( PELE MAAKTE DUIZENDSTE DOELPUNT )

Na parte destacada em rosa, o jornal holandês diz em letras grandes: Os holandeses não conseguem acompanhar a sua produtividade ( referindo-se aos gols de Pelé ).

E deixa elogios à gestão esportiva do Santos FC daquela época, onde em uma parte do texto diz: "Carreira (de Pelé ) orientada por um administrador de clube que tomou nota e registrou com zelo, cada gol em cada jogo."

E aqui abaixo, o essencial do texto integral, traduzido para a língua portuguesa:

PARTE AMARELA

RIO DE JANEIRO (ANP) - A movimentação dos pés de Pelé, o ídolo do futebol brasileiro, despertou as emoções de seus milhões de adeptos a proporções carnavalescas na partida contra o Vasco da Gama. Centenas de espectadores invadiram o gramado do gigantesco estádio do Maracanã de alegria quando o "rei" Pelé marcou o milésimo gol em seus doze anos de carreira em uma cobrança de pênalti aos 78 minutos do jogo.

PARTE VERDE

PLACA NO ESTÁDIO

O árbitro interrompeu a partida, enquanto Pelé, de 28 anos, cujo nome verdadeiro é Edson Arantes do Nascimento, foi levado aos ombros para uma volta de honra.

Até então, parecia que o mágico "milésimo" de Pelé seria ultrapassado pelo apito final do árbitro. Três oportunidades de gol claras desperdiçadas pelo "pérola negra". Na primeira oportunidade o seu remate foi travado pelo guarda-redes Andrada, na segunda vez acertou na trave e na terceira remate por cima. Doze minutos antes do final, o grande momento parecia ter chegado. O craque santista aproveitou um momento de desatenção dos adversários que o perseguiam de perto com a bola no pé, para a área de grande penalidade. A defesa do Vasco da Gama respondeu de imediato à marcação do penalty.

Muito difícil, na opinião do árbitro Manuel Amaro de Lima. Ignorando os ferozes protestos da equipe da casa, ele concedeu um pênalti que o próprio Pelé cobrou. Com um chute rasteiro, ele alcançou o milésimo gol de sua carreira. Desses mil, ele marcou três contra o goleiro Andrada, do Vasco da Gama. Todos os três de uma penalidade.

O Estádio do Maracanã, o local mais apropriado para a realização de atividades futebolísticas no Brasil, estava um pouco mais da metade cheio no início - trinta minutos atrasado devido à homenagem um tanto prematura a Pelé.

Os 75.157 espectadores ( mais os jornalistas de todas as parte do mundo ) buscaram um lugar o mais próximo possível da meta do Vasco e lotaram a outra ala do estádio após o intervalo. Todos queriam vivenciar o momento histórico o mais próximo possível. O goleiro Andrada também tomou providências. O chute de Pelé mal tocou as cordas quando ele tirou a camisa. Por baixo, ele usava uma camisa prateada com o número 1000 em letras grandes.

O diretor do estádio Dr. Abelardo França inaugurou uma placa de bronze após os últimos doze minutos do jogo, que parecia muito com uma grande cerimônia. Naquele momento, com lágrimas escorrendo pelo rosto, Pelé disse-lhe que neste Natal deste ano não vai esquecer os seus conterrâneos velhos, cegos e doentes.

PARTE LARANJA

A imagem de Pelé vai adornar um selo brasileiro, que foi produzido para registrar o milésimo gol. O jogador de futebol de 28 anos trabalhou seu caminho até se tornar um homem muito rico com interesses versáteis. Ele não é apenas um jogador de futebol profissional, mas também um poeta amador, compositor, ator de televisão e pintor. O pobre menino da cidade de Três Corações (três corações) no Brasil central, que saciava sua fome com amendoins caídos dos trens de carga superlotados, tornou-se uma das personalidades mais famosas do mundo.


O Brasil deve um título mundial de futebol ao seu desempenho. Mas ele sem dúvida atingiu o auge de sua carreira inigualável na noite de quarta-feira, quando marcou seu milésimo gol de pênalti. Seu placar não é abordado por nenhum jogador de futebol de renome remotamente. Alguns exemplos: Alfredo di Stefano, conhecido como o maior artilheiro da Espanha, marcou 464 gols. Nesse sentido, foi o artilheiro da primeira divisão espanhola cinco vezes durante os onze anos em que jogou pelo Real Madrid.

Nikita Simonyan é conhecido como o goleador russo de maior sucesso. Ele marcou 142 gols no campeonato e 12 em partidas internacionais.

Eusebio de Silva Ferreira - simplesmente conhecido pelos adeptos como Eusebio - é de longe o maior goleador de Portugal. Em sua magnífica carreira, iniciada em 1960, ele marcou 298 gols. Em 1996, foi o artilheiro da Copa do Mundo da FIFA com nove gols.

PARTE AZUL

CONTAGEM PERDIDA

O recorde britânico de gols é detido por Jimmy McGrory, que marcou 550 gols pelo seu clube Celtic nos anos de 1922 a 1939. O recorde inglês é detido por Arthur Rowley com 466 gols, marcados em uma carreira de dezoito anos que terminou em 1965. Rowley jogou pelo West Bromwich Albion, Fulham, Leicester City e Shrewsbury Town.

O único que poderia competir um pouco com Pelé em produtividade é Uwe Seeler, do Hamburger SV. O total da Alemanha Ocidental deve ser próximo a 700 gols. Uwe Seeler, no entanto, perdeu a conta. Ele já jogou pela seleção juvenil da Alemanha Ocidental em 1958 e marcou 38 vezes em 62 partidas internacionais.

PARTE ROSA

A manchete diz: "Os holandeses não conseguem acompanhar a sua produtividade"

HAIA (ANP) - A partir do milésimo gol de Pelé, surge a pergunta: quem pode ser considerado o holandês mais produtivo de todos os tempos. É difícil responder. Carreira (de Pelé ) orientada por um administrador de clube, que tomou nota e registrou com zelo cada gol a cada jogo, há uma lista dos artilheiros da seleção holandesa, liderada por Faas Wilkes com 35 gols, seguido por Lenstra com 33 e Bakhuys com 28 gols.

O número total de gols que ele marcou em sua carreira, Wilkes estima entre 350 e 500.

"Eu não saberia aproximadamente. Estou ativo há 23 anos. Joguei futebol por 8 anos no Xerxes, 4 anos na Espanha e 4 anos na Itália, depois 2 anos no VVV, 3 anos no Fortuna 54 e finalmente 2 anos no meu antigo clube, outros dois anos no meu antigo clube Xerxes.

Devo ter chutado muito nesses anos. Mas quanto? Sei que na Itália fui segundo na lista de artilheiros uma vez com cerca de 30 gols... " ( ...o resto da parte rosa é sempre falando dos artilheiros da Holanda )

👉Como puderam constatar, naquele tempo gol oficial e não-oficial não existiam e nem eram usados ou mencionados como critério-padrão das estatísticas, como já foi visto nos principais jornais brasileiros (👉 AQUI ),

na France Footbal Magazine (👉AQUI ) 

ou na World Soccer Magazine (👉AQUI ).

Se naquele tempo houvesse a contagem de gols oficiais e não-oficiais, certamente que os jornalistas da época, ou mesmo a própria FIFA, teriam conhecimento, certo?