Mesmo tendo parado de jogar futebol há 38 anos atrás,
Pelé continua sendo a maior atração onde quer que ele vá,
em qualquer lugar do mundo.E em Los Angeles, na E3, não foi diferente.
A Electronic Arts realizou sua conferência na E3 2015, maior feira de games do mundo, em 15 de junho de 2015. A empresa foi a segunda do dia a revelar as suas novidades. Fifa 16, Need for Speed e Star Wars Battlefront foram os grandes destaques.
Pelé esteve na E3 para apresentar o FIFA 16, e foi a maior estrela na maior feira de videogames do mundo. Recepcionado e aplaudido de pé pelo público, o maior jogador de futebol de todos os tempos foi entrevistado sobre a carreira e sobre a "magia" do futebol. Mesmo sem falar nada específico sobre o jogo, Pelé conseguiu manter a atenção de todos. Pouco foi mostrado sobre o novo FIFA, como melhorias gráficas e de gameplay.
A inclusão de times femininos no FIFA 16 foi explicada de forma detalhada.
Com uma engine refinada, é possível aplicar melhores animações para os times,
ampliando cada vez mais o alcance do game.
Novamente, o trailer de FIFA 16, narrado pelo Pelé, foi exibido na conferência da EA.
Além disso, Messi e Pelé serão liberados no Ultimate Team por cinco jogos.
Foi exatamente o que você leu mais acima: Pelé e Messi estarão disponíveis no Ultimate Team por cinco jogos. Se você quiser, Pelé e Messi poderão jogar juntos numa mesma equipe no FIFA 16 por 5 jogos, e formar a dupla de ataque dos sonhos de qualquer treinador de futebol em qualquer lugar do planeta:-)
"Foi um prazer para mim estar com a EA Sports, em Los Angeles, para revelar o novo jogo FIFA 16. É o verdadeiro reflexo do jogo bonito. Estou muito feliz por fazer parte disto."
A EA anunciou, nesta segunda-feira (15), o jogo Fifa 16, em uma conferência que antecede a abertura da feira de games E3, que acontece nos Estados Unidos nesta semana. A apresentação foi feita com a participação do ex-jogador brasileiro Pelé, que narrou o trailer do jogo, divulgado há alguns dias.
No evento, Pelé brincou fez piada com o futebol americano, insinuando que o “jogo bonito” é coisa de brasileiro. Brincadeiras à parte, ele contou sua experiência de marcar o milésimo gol de sua carreira de jogador para exemplificar a importância de cada momento durante um jogo.
“Quando marquei meu milésimo gol, fizemos uma grande festa. Mas, antes, eu planejava marcar de cabeça, de bicicleta, mas ele acabou sendo de pênalti. E esse foi o momento mais difícil da minha vida. Coloquei a bola na marcado do pênalti e disse 'ô, meu Deus, eu não posso errar'”, conta.
Há quarenta
anos, o futebol profissional, comparado com desportos como o basebol e o
chamado futebol americano, mal existia nos Estados Unidos. As principais
equipas do país jogavam para uns poucos milhares de pessoas nos seus estádios.
No país de Abraham Lincoln e Babe Ruth, o desporto que já na altura era o mais
popular em todo o mundo tinha uma imagem elitista - algo que os meninos ricos
jogavam nos colégios de modelo pseudo-inglês – e era ao mesmo tempo associado
aos camponeses europeus que tinham emigrado para os EUA.
O futebol,
ainda por cima, parecia exactamente o contrário do espírito americano: um jogo
onde normalmente se marca pouco, ou até nada, onde há um 'build up' que pouco
tem a ver as gratificações imediatas (em golos e outras estatísticas) a que os
americanos estão habituados. A própria simplicidade desse desporto, jogável com
uma bola de trapos e na rua, se for preciso - o que ajuda muito a explicar a
sua popularidade universal - funcionava contra ele, pois era o contrário da
elaborada parafernália típica das modalidades americanas, tão atraente em si
mesma. Em suma, o estatuto secundário do futebol nos EUA estava destinado a
continuar por bastante tempo. Foi então que alguém decidiu atacar o mal pela
raiz.
A raiz, por
assim dizer, era a incapacidade de os norte-americanos sentirem empatia com o
jogo. E um dos motivos dela era a ausência de estrelas com quem se
identificassem. A bem dizer, se se perguntasse a um americano o nome de um
jogador de futebol, era altamente provável ele não ser capaz de referir nenhum
compatriota seu. Ou não diria ninguém, ou diria o nome que nessa altura simbolizava
o futebol no mundo inteiro: Pelé.
OBJECTIVO:
RESSUSCITAR A LIGA
O jogador
brasileiro, cujo nome verdadeiro é Edson Arantes do Nascimento, estava nessa
altura com trinta e cinco anos. Tinha jogado na liga brasileira desde os
quinze, e batera todos os recordes, em golos (541, só no campeonato oficial;
somando tudo seria 1281), campeonatos (três Campeonatos do Mundo, em 1958, 1962
e 1970) e também em dinheiro, pois era suposto ser o atleta mais bem pago do
mundo. Com uma habilidade fenomenal para marcar golos, chegara a ser declarado
tesouro nacional pelo presidente do seu país, a fim de prevenir que o levassem
para fora do país, como se faz aos quadros de grandes mestres. Isso fora no
princípio dos anos 60.
Aqui abaixo no vídeo, a reportagem do repórter Sal Marchiano no noticiário da noite da ABC em 10 de junho de 1975 sobre a assinatura de Pelé com o New York Cosmos do Soccer League América do Norte.
Cartaz do Comitê Olímpico Internacional, que
também elegeu Pelé o Atleta do Século.
Passada mais
de uma década, ele encontrava-se em fim de carreira, e tinha décadas à sua
frente para gozar a vida, passeando pelo mundo e rentabilizando a sua fama como
lhe apetecesse. Porém, faltava uma última aventura. E quem lha proporcionou foi
um homem chamado Clive Toye. Nascido em Inglaterra, era na altura o manager do
New York Cosmos, um clube fundado em 1970 e que já tinha mudado várias vezes de
estádio. Conforme explicou recentemente numa entrevista ao The Guardian, ele e
o comissário da liga americana, a NASL, tinham constatado que esta última
estava "praticamente morta".
"Tentávamos mantê-la viva e fazê-la crescer.
Decidimos que havia duas coisas que eram necessárias neste país para mudar a
situação toda. Uma era o Campeonato do Mundo e a outra era Pelé. Ele era o
único jogador que alguém neste país já tinha ouvido falar".
O resto é
história. Digamos apenas, para resumir a pré-história dessa história, que a
corte ao Pérola Negra durou quatro anos. Inicialmente abordado junto a uma
piscina, Pelé disse claramente não. Numa série de encontros que houve depois, a
maioria deles no Brasil, continuou a dizer não, argumentando que não ia fazer
nada para os Estados Unidos. Toye manteve a pressão, indo ao ponto de anunciar
publicamente o número da camisola (o 10) que esperava vê-lo usar um dia. Pelé
mantinha a sua recusa. Até que a insistência do americano, e os seus próprios
problemas financeiros, começaram gradualmente a dar outro aspeto à ideia.
UM CONTRATO
MILIONÁRIO. UMA APOSTA GANHA
Num dos
almoços dos dois, que foi pago por Pelé, este explicou que o restaurante jamais
iria descontar o cheque - preferiam ficar com o seu autógrafo. Algum tempo
depois, num motel próximo do aeroporto de Bruxelas (Bélgica), onde se
encontrava para uma partida de homenagem a outro jogador, Pelé aceitou
finalmente a proposta. Fê-lo do modo mais informal possível, escrevendo numa
folha de jornal que Toye lhe estendeu. O contrato formal seria depois assinado
nas Bermudas. Três anos de compromisso, a 1,4 milhões de dólares por ano, soma
que hoje consideraríamos trivial, ou mesmo irrisória, mas na altura era
absolutamente extraordinária.
Pelé foi campeão em todos os times e seleções que ele jogou
Para
contrariar a imagem “emigrante e camponesa” do futebol nos EUA, o anúncio
formal do contrato foi feito a 10 de junho no 21 Club, um dos lugares mais
exclusivos de Manhattan. O Cosmos tornou-se famoso em todo o mundo. Pelé
estreou-se na sua nova camisola cinco dias depois, e Toye teria a satisfação de
ver o seu plano dar resultar em cheio, pelo menos em termos comerciais. O
público do estádio passou de uns escassos milhares a largas centenas de
milhares. O Cosmos tornou-se uma marca rentável, e o futebol começou a disparar
nos EUA.
Os estádios que antes estavam vazios, começaram a encher por causa de Pelé.
À FRENTE DO
COSMOS NUMA VISITA HISTÓRICA A CUBA
Após a
partida de Pelé em 1977, ano em que o Cosmos ganhou o campeonato, essas
conquistas ainda sobreviveram alguns anos. Em termos desportivos, para o clube,
haveria mais vitórias nos campeonatos de 1978, 1980 e 1982, seguidas de um
declínio. A popularidade do desporto-rei também cairia nos EUA. Em 1994, quando
o país recebeu o Campeonato do Mundo, essa desvantagem em relação a outros
desportos ainda era bem visível.
Pelé na chegada ao aeroporto de Havana, em Cuba, onde milhares de pessoas estavam à espera de ver o Rei.
Pelé
continuou a ser considerado o maior jogador de todos os tempos – e a fazer
manchete. O ano passado, umas declarações suas a propósito do campeonato do
mundo no Brasil (e dos protestos que houve na altura) foram mal recebidas. Idem
o seu apoio recente a Sepp Blatter, aliás substituídos ontem por um apelo a uma
“limpeza” na FIFA.
Ajuizadas ou não, as suas declarações em nada afetam o seu
legado desportivo, ou o enorme efeito que a sua presença teve nos EUA.
Pelé e Raul na conferencia de imprensa antes do jogo entre o Cosmos e a seleção macional cubana.
Agora,
quarenta anos passados sobre a estreia dele pelo Cosmos, o clube faz uma
histórica visita a Cuba para um jogo com a seleção nacional deste país, e Pelé,
apesar dos problemas médicos que o têm afligido nos últimos tempos, foi à
frente da comitiva. Quem mais podia ser?
Nota do autor do blog:
Hoje em dia existem cerca de 18 milhões de crianças jogando soccer nos Estados Unidos, e os primeiros resultados começaram a surgir 2 décadas depois de Pelé ter
deixado de jogar no New York Cosmos em 1977.
Eu penso que a maior vitória de Pelé foi conseguir popularizar o futebol nos Estados Unidos. E só não vê quem não quer: nos últimos 20 anos, os resultados da seleção nacional feminina são notáveis. Veja o quadro abaixo da foto:
A seleção feminina já tem no seu curriculum as seguintes conquistas:
Copa do Mundo de Futebol Feminino:1991e 1999,
Jogos Olímpicos: Medalha de ouro:1996,2004,2008e2012,
Copa Ouro Feminina:1991*,1993*,1994*,2000,2002,2006,
Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-20: 2002 e 2008,
Jogos Pan-Americanos: Medalha de ouro em1999
A seleção masculina dos Estados Unidos bateu todos os recordes de audiência
na TV nos EUA na Copa do Mundo de 2014, superando a NBA e a NFL pela primeira vez na história.
Nesta última semana:
a seleção nacional masculina (foto acima) fez dois jogos amistosos na europa.
No dia 5 de junho venceu em Amsterdã a seleção holandesa por 4 x 3 e
no dia 10 de junho, bateu a campeã do mundo Alemanha por 2 x 1, na cidade de Colônia.
No dia 10 de junho, a seleção sub-20 venceu a Colômbia e se classificou para as
quartas-de-final do Mundial FIFA sub-20 onde vão enfrentar a Sérvia.
E no dia 7 de junho a seleção sub-21 conquistou o
3º lugar no tradicional Torneio de Toulon na França
onde venceu a Inglaterra por 2 x 1.
E hoje em dia, os estádios estão assim, quase sempre cheios para ver um jogo do campeonato norte-americano de futebol.
Esta foto acima é do jogo entre o Orlando (onde joga Kaká) e o New York Red Bulls.
É isso aí pessoal, Pelé mudou o futebol nos Estados Unidos para sempre.
Pelé é o maior jogador de futebol de todos os tempos e o maior atleta do século XX. Mas o que tornava o Rei do Futebol tão espetacular em comparação com seus "concorrentes" não era apenas o fato de Pelé ter sido um jogador completo em todos os fundamentos do futebol, mas também a sua incrível capacidade física.
Com esse incrível condicionamento, o rei jogava com competência basquete, vôlei e qualquer outro esporte que exigisse coordenação.
Sobre sua super capacidade física, seu preparador físico Júlio Mazzei disse:
"Tenho certeza de que, bem treinado,
Pelé seria um dos dez maiores do mundo em decatlo".
Depois de Pelé, jamais surgiu outro jogador que unisse perfeição técnica e física. Shep Messing, hoje em dia comentarista esportivo da ESPN era o goleiro do New York Cosmos na década de 70 e foi companheiro de equipe de Pelé no Cosmos durante 3 anos. Messing em 2012, descreveu Pelé deste jeito:
"Maradona e Messi não são comparáveis com Pelé. Fê-lo por mais tempo e de forma mais consistente. Se Messi conseguir fazer isso por mais dez anos, ele pode entrar na conversa. Pelé teve o cérebro de futebol, o poder explosivo que tinha Maradona, as habilidades com a bola de George Best, a capacidade de drible em cinco velocidades diferentes, a capacidade de saltar e da visão em termos de passar a bola. Pelé era um jogador super-humano - fisiologicamente ele era fora do normal.
Messing acrescenta:"Ele tinha um salto vertical tão alto como Michael Jordan - 48 polegadas = 121,92 centímetros [o salto vertical de Michael Jordan era 48 polegadas], ele tinha uma visão periférica de cerca de 220 graus. Pelé podia, literalmente, ver por trás de sua cabeça. Como atleta, ele era uma aberração fisiológica:-)"
Nota do autor do blog: Hoje em dia, muita gente escreve na imprensa, em sites ou blogs que Pelé não seria um jogador de top, que Peléseria apenas umjogador normal,porque no seu tempo, o futebol era maislento, maisfácile havia mais tempo para pensar, e o futebol de hoje é mais rápido, mais físico, mais tático, com defensores mais rápidos, fortes e inteligentes, e bla bla bla... Eu penso que um jogador de futebol com todas estas qualidades físicas e que dominasse todos os fundamentos do futebol, jogaria em qualquer época de qualquer século... Também por estas 2 razões é que Pelé é o Rei do Futebol e o Atleta do Século XX...got it:-)???
Pelé é considerado Rei não só pelo conjunto da obra inigualável que fez no futebol.
É também uma das 10 maiores celebridades do século 20, um dos homens mais conhecidos da História.
E mesmo nos dias de hoje, 4 décadas após ter pendurado as chuteiras, onde vai é recebido como se fosse um chefe de estado, uma estrela de cinema, um Rei.
Onde Pelé vai, há multidão e fotógrafos à volta.
Todo o mundo conhece ou já ouviu falar de Pelé, desde reis, rainhas, presidentes, estrelas de cinema e da música, velhos, novos, até o varredor de rua.
E desde sempre, quando surge uma nova estrela no futebol, a comparação inevitável é com o Rei, mas as novas estrelas sempre passa(ra)m de moda, e o Rei permanece como o alvo a abater.