"O evento que todo um povo esperava" foi manchete do Sud Ouest que intitulou:
"1000 gols que valem ouro". ( destacado em azul )
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"De alegria, Pelé correu para as redes para beijar a bola (nossa foto) antes de ir descerrar uma placa comemorativa desse feito. Pelé vai receber, entre outras lembranças, uma bola como nenhuma outra. Pesa 2 quilos. Ela é de… ouro ! "
“Ao marcar este milésimo gol, Pelé não bateu recorde mundial. Especialistas austríacos citam o caso de um famoso atacante do Rapid de Viena, Franz Binder, que marcou, com seu clube, 1.006 gols em 756 partidas.
Alguns grandes jogadores como Puskas e Di Stefano com certeza se saíram melhor. Mas eles, sem saber. E aí, o lado da encenação desse milésimo gol não pode escapar. Foi obtido na marca de pênalti. De Pelé.
A placa de '1.000' gols em 19 de novembro de 1969 "foi lacrada no Maracanã ANTES do início do encontro Santos - Vasco da Gama".
Isto não impediu o nosso especialista de concluir: "Isso não diminui de forma alguma os méritos deste fabuloso jogador que é o Pelé".
Isto não impediu o nosso especialista de concluir: "Isso não diminui de forma alguma os méritos deste fabuloso jogador que é o Pelé".
👉Nota do autor: Como puderam notar neste jornal Sud-Ouest e em todos os outros que já publiquei, quando existe alguma polêmica sobre o 1000º gol, é sempre se o 1000º gol é ou não é um record, e alguns jornais mencionaram alguns jogadores que alegadamente marcaram 1000 ou mais gols, como por exemplo Friedenreich, Franz Binder, Puskas entre outros daquela época.
O grande problema, ou azar, para Friedenreich, Franz Binder, Puskas e outros, foi não ter alguém nos clubes ou países onde jogaram, que anotasse todos os jogos e todos os gols que marcaram e os colocasse numa lista com: data, adversário, local do jogo e número de gols que marcaram em cada jogo.
Assim sendo, fica difícil saber com exatidão quantos gols cada um marcou durante as respectivas carreiras.
O jornal holandês DE VRIJE ZEEUW fez referência sobre isto na reportagem de meia página que dedicou ao gol 1000 (ver👉 AQUI ) onde na parte destacada em rosa está escrito que não sabiam qual era o maior artilheiro ( top scorer ) de todos os tempos na Holanda, e fizeram elogios à gestão esportiva do Santos FC naquela altura com seguinte frase:
"Carreira ( do Pelé ) orientada por um administrador do clube que tomou nota e registrou com zelo, cada gol em cada jogo."
"Carreira ( do Pelé ) orientada por um administrador do clube que tomou nota e registrou com zelo, cada gol em cada jogo."
Pelé por sua vez, tem uma lista completa com data, adversário, local do jogo e número de gol que marcou por jogo, porque teve dois jornalistas especialistas em estatísticas que anotaram absolutamente tudo, do primeiro ao último gol: Adriano Neiva da Motta e Silva (em conjunto com os diretores de estatística do Santos FC ) e Thomaz Mazzoni.
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Adriano Neiva da Motta e Silva, conhecido por sua alcunha de De Vaney, seguiu todos os passos de Pelé desde que ele chegou ao Santos FC em 22 de julho de 1956 com 15 anos de idade.
Após assistir ao 1º treino de Pelé com os jogadores da equipe principal do Santos FC, De Vaney escreveu no jornal a Tribuna de Santos, na edição de 25 de julho de 1956, o seguinte comentário sobre o adolescente recém-chegado ao clube: “destacou-se de sobremaneira o meia-direita ( meiocampista direito ) que jogou no time dos suplentes, com um trabalho sóbrio, porém de boas qualidades técnicas”.De Vaney foi também o primeiro jornalista a quem o futuro Rei do Futebol deu a sua primeira entrevista.
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👉Em uma coisa todos os jornais daquela época, brasileiros ou estrangeiros, estão de acordo: Pelé realmente marcou 1000 gols. Sem contestações.
Mas também como puderam notar, neste jornal Sud-Ouest e em todos os outros que já publiquei, nunca em nenhum jornal brasileiro ou estrangeiro daquela época há qualquer citação ou qualquer estatística de "gol oficial" e "gol não-oficial".
É porque esta estatística não existia, portanto ninguém podia falar, escrever ou citar uma coisa que....não existia.