FILME PELÉ ETERNO

FILME PELÉ ETERNO
A prova definitiva de quem é o melhor jogador de sempre

segunda-feira, 18 de abril de 2016

FOTO DO DIA: "O DONO DO MUNDO", reportagem da Revista VEJA em outubro de 1962

Geral
VEJA, outubro de 1962
Com o drama da Copa superado, Pelé chega aos 500 gols,
conquista o campeonato mundial de clubes e desperta a cobiça dos poderosos
clubes da Europa. A última oferta: um milhão de dólares
Pelé marca um dos seus 5 gols nos dois jogos contra o Benfica
Na Copa do Mundo do Chile, em junho último, Pelé enfrentou a maior decepção de sua curta e já extraordinária carreira. Levantou outra vez a taça Jules Rimet, é verdade – somou o título de mais jovem bicampeão do mundo (21 anos) à sua majestosa galeria de troféus e recordes. Mas o maior jogador de futebol do planeta pouco conseguiu fazer nos gramados chilenos. Caçado de forma selvagem pelos zagueiros adversários, ficou fora de combate já na segunda partida, contra a Checoslováquia, no Estádio Sausalito, em Viña del Mar. Teve de acompanhar os jogos que restavam no banco, com as pernas latejantes de dor. Neste mês, contudo, Pelé voltou a encantar o mundo da bola. Se não decidiu a Copa do Mundo com a seleção, Pelé ganhou um troféu equivalente entre clubes, pelo Santos. Foi o primeiro campeonato mundial conquistado por um time do país – nas duas edições anteriores, Real Madrid, da Espanha, e Peñarol, do Uruguai, foram os vencedores. A decisão, disputada no último dia 11 de outubro, em Lisboa, foi um espetáculo único. Pelé humilhou o Benfica, bicampeão da Europa, em pleno Estádio da Luz, diante de 75.000 torcedores. Voltou ao país coberto de glórias – e cheio de convites milionários para trocar o Santos pelo futebol europeu.

Primeiro clube brasileiro a ganhar a Taça Libertadores da América, em agosto, contra o Peñarol, o Santos ganhou a chance de disputar com o Benfica (vencedor da Copa dos Campeões da Europa) o troféu de melhor equipe de futebol do globo. Na primeira partida entre os rivais, em 19 de setembro, os brasileiros ganharam no Maracanã: 3 a 2, com dois gols de Pelé e um de Coutinho. Na partida da volta, no Estádio da  Luz, na capital de Portugal, o clima era outro. Base da seleção portuguesa e casa do craque africano Eusébio, o "pantera negra", o Benfica apostava numa vitória contundente contra os visitantes – tanto que a esquadra lisboeta já preparava a venda de ingressos para uma eventual partida de desempate, que seria disputada no próprio Estádio da Luz. Mas os portugueses foram atropelados pelos brasileiros. O Santos FC colocou cinco bolas na baliza do rival, com três gols de Pelé, um de Coutinho e outro de Pepe. O camisa dez do Santos não desconcertou apenas os zagueiros: chamou até Eusébio para dançar (em certo momento da partida, enfiou a bola entre as pernas do craque de Moçambique). O Benfica ainda diminuiu, com dois gols de Santana, mas o recado estava dado – com o 5 a 2, os brasileiros levantavam a cobiçada taça sob aplausos exaltados da torcida rival, que não resistiu aos fascínios de Pelé e passou a festejar a apresentação brasileira. A campanha do Santos foi imaculada: em onze partidas pela Taça Libertadores e pelo Mundial, foram oito vitórias e três empates. A equipe formada em Vila Belmiro já é, sem sombra de dúvida, uma dos maiores da história do futebol.

O clube da baixada santista reúne grandes craques de bola, como Gilmar, Zito, Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe. Mas a diferença, evidentemente, está nos pés de Pelé. Quatro anos depois de assombrar o mundo com seu futebol esplendoroso na Copa do Mundo da Suécia, quando tinha apenas 17 anos, o jovem gênio parece melhorar a cada dia, se é que isso é possível – fonte inesgotável de talento e mágica, Pelé não pára de quebrar marcas e acumular façanhas. No mês passado ( setembro ), por exemplo, marcou seu gol de número 500. Já faz as contas para a chegada de um possível gol número mil, uma proeza que nenhum craque conseguiu até hoje. Mantido seu ritmo frenético de gols, poderia atingir a marca por volta de 1968. Para desespero dos torcedores brasileiros, o recorde pode ser batido bem longe da Vila Belmiro, do Pacaembu ou do Maracanã. As ofertas para levar Pelé para a Europa são cada vez mais tentadoras. Uma das propostas recentes chegou a 1 milhão de dólares. O Santos FC, no entanto, rejeitou a fortuna e avisou que Pelé não está à venda. Até o presidente de Portugal, Américo Thomaz, tentou convencer o ídolo a permanecer em Lisboa – na recepção ao time campeão do mundo, derramou-se em elogios ao brasileiro. Pelé respondeu com simpática modéstia: "Eu ainda estou aprendendo..." O deslumbre dos europeus pelo astro pode ser resumido num texto publicado semanas atrás pelo diário francês L'Équipe, que dedicou a ele um artigo de página inteira intitulado "O Rei Pelé":
"É o anjo e o diabo misturados, ao mesmo tempo o Orfeu da beleza triste e a morte da sinistra felinidade. Garoto tranqüilo e bom na vida, mas máquina infernal no campo do jogo. A arte de Pelé pertence ao domínio da bruxaria, da magia negra. Marca gols divertindo-se como um louco. Disputa o Mundial de Clubes com o mesmo entusiasmo que num jogo de bairro entre amigos".


2 comentários:

roleta betclic disse...

500 golos é muito golo, mesmo noutros tempos. O Pelé é uma lenda viva :)

rbn disse...

Em 1º lugar, obrigado pela visita ao blog.

Realmente, enquanto o mundo ficou espantado porque CR7 e Messi marcaram 500 gols aos 30 e aos 28 anos de idade respectivamente, o adolescente Pelé chegou aos 500 gols aos 21 anos...e aos 1000 gols aos 29 anos, pela mesma faixa etária dos dois maiores futebolistas da atualidade...

Digam o que disserem, mesmo que não tivesse marcado esta quantidade absurda de gols com 21 anos e oito meses de idade, Pelé também com esta mesma idade era titular indiscutível e melhor jogador do Santos que era base da seleção brasileira, era titular indiscutível e junto com Garrincha, o melhor jogador da própria seleção brasileira e conquistou duas Copas do Mundo FIFA...

Por isso é que ele é Rei, porque estes números e estes recordes nunca foram igualados, ninguém nunca sequer chegou perto e duvido muito que alguém consiga superar...

Messi e CR7 que nos dias de hoje muitos dizem serem os melhores de todos os tempos, tem realmente números impressionantes não há dúvidas sobre isso, mas para começar a conversa sobre "melhor de todos os tempos", deviam ter conseguido marcar 500 gols até aos 22 anos de idade...chegaram tarde:-)

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